quinta-feira, 5 de dezembro de 2013
Memcomputação: física caótica abre caminho para computação cerebral
Ferroeletricidade
Muitas descobertas prometem melhorar as memórias e mesmo os mecanismos de processamento dos computadores.
Contudo, um comportamento inesperado nos materiais ferroelétricos aponta para uma abordagem radicalmente diferente para o armazenamento e o processamento de dados, uma abordagem que está mais para o cérebro humano do que para os processadores eletrônicos.
Anton Ievlev, juntamente com uma equipe da Ucrânia, Rússia e EUA, descobriu o fenômeno ao estudar justamente os
materiais ferroelétricos
, cuja maior promessa são memórias de computador que não perdem dados na falta de energia.
A principal característica dos materiais ferroelétricos é a mudança de polarização magnética quando são submetidos a um campo elétrico.
Para construir uma memória dessas, os pesquisadores constroem os chamados "domínios magnéticos", zonas de polarização controlada que passam a funcionar como bits.
Bits com vontade própria
A surpresa veio quando eles começaram a adensar esses bits, construindo malhas mais fechadas de domínios magnéticos.
Em vez de ficar cada um na sua, os bits começaram a formar padrões complexos e imprevisíveis - ou quase imprevisíveis.
"Quando reduzimos a distância entre os domínios, começamos a ver coisas que deveriam ser completamente impossíveis," disse Ievlev.
Em vez de obedecer à técnica de construção, os domínios simplesmente se recusavam a ser criados no padrão desejado, ou assumiam padrões alternativos aparentemente aleatórios.
"À primeira vista, não fazia qualquer sentido. Nós pensávamos que, quando um domínio se forma, ele simplesmente se forma. Ele não deveria depender dos domínios vizinhos," explicou o pesquisador.
Mas os domínios magnéticos se mostraram donos de uma vontade intransigente, que não se dobrou ao desejo dos pesquisadores em construir malhas bem definidas de bits - em vez disso, surgiram padrões dos mais variados tipos.
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